26 de abril de 2013

E o branco, é cor de menina ou de menino?

Quando eu era pequenina, havia um hábito que eu nunca percebi e que hoje em dia, felizmente, se está a perder.
Esse hábito era...
      (rufar de tambores)
            ... vestir as meninas de rosa e os meninos de azul! Vamos lá analisar isso...

Ora, quem foi que teve essa ideia estapafúrdia brilhante de usar as cores para discriminar (no sentido de identificar) o género de um bebé ou de uma criança? Será que essa pessoa teve um casalinho de gémeos e, a certa altura, achou que seria mais fácil saber quem era quem se vestisse sempre a menina de rosa e o menino de azul?

Devo dizer que sou muitíssimo suspeita para vir para aqui falar deste assunto, uma vez que o cor-de-rosa está na minha lista de cores a odiar (acho que é mesmo a única na lista), mas talvez este ódio tenha proveniência exactamente neste esterótipo...

Eu explico: durante alguns anos, o rosa fez parte da palete de cores do meu armário: eram fitas, camisolas, saias, collants, etc... as malas e os materiais da escola nessa altura eram cor-de-rosa... quando faziamos trabalhos manuais com folhas coloridas, as meninas ficavam com as folhas rosa e os meninos com as azuis... os brinquedos mais "femininos" tinham sempre um toque rosinha... Bem, há quem diga que eu gosto de ter opiniões próprias, mas há também quem diga que eu sou do contra (é tudo o mesmo)... estava-se mesmo a ver que aqui a Joana ia começar a não gostar do rosa... então eu, que era totalmente contra a ideia das meninas serem mais frágeis, doces e indefesas e que achava que o cor-de-rosa defendia exatamente essa ideia...

Enfim, parece que essa tendência está a mudar nas crianças, jovens e adultos... Mas será que alguma vez vai mudar para os bebés? Será que, nalgum dia que estará para vir, iremos oferecer botinhas azuis a uma menina e rosa a um menino?

PS: E relativamente às outras cores, também há de menina e de menino? É só para saber se me tenho andado a vestir apropriadamente...

23 de abril de 2013

É mesmo à portuguesa #3

Maria vai com as outras

D.Maria I, que era mãe de D. João VI, foi considerada incapaz de governar por ter uma doença mental, sendo afastada em 1792. Passou então a viver recolhida e era vista apenas quando saía para passear a pé. Devido ao seu estado, D.Maria I, a Louca, nunca ia só, saindo sempre com inúmeras damas de companhia. O povo, quando a via levada pelas damas, comentava: lá vai D.Maria com as outras. Actualmente, esta expressão designa  uma pessoa destituída de vontade e opinião próprias e que se deixa levar pelos outros.

18 de abril de 2013

Então e porque não vamos ajudar alguém?

Estão fartos que eu só diga mal? Então este post é para vocês!

Costuma dizer-se que o povo português é muito solidário (aliás, a palavra "solidariedade" era para ser a palavra do ano, não fosse andarmos todos "entroikados"...) e que está sempre disponível para se mover por uma boa causa...

Vamos provar isso então?

No próximo sábado, dia 20 de Abril, entre as 10h e as 18h, na Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa - vamos ajudar o Rodrigo, que tem leucemia e que precisa urgentemente de um dador de medula compatível.

Podem encontrar toda a informação aqui, sobre como podem ajudar...

Eu já estou inscrita no CEDACE, e não custou nada... Se eu não tive dúvidas nisso, não as tenham também! (sim, parece uma frase feita, mas foi o que me saiu...)

16 de abril de 2013

Como será a moda daqui a 100 anos?

Eu não percebo muito de moda (e quem diz moda, diz design), mas sempre foi uma área que me fascinou... Principalmente pelo facto de haver alguém que "dita as regras" e de todos as seguirem como cordeirinhos, sem perceberem que alguma peças ficam melhor em certos formatos de corpo.

Nunca me virei para esse lado e, no entanto, acho que sei conjugar peças e acessórios melhor do que muita gente... Posso pecar pela simplicidade, mas pelo menos não peco pelo choque visual!

Ora, a moda que eu venho aqui falar não é a que se desenvolve na alta costura, mas sim da que se vê nas ruas... Dizem que o modo de vestir dos nossos avós é parecido com o que eles usavam com a nossa idade mas mais descontraído, logo, o que usamos hoje terá uma grande influência no que iremos usar com a idade deles...

Medo... muito medo...

Se hoje em dia é só calças descaídas, pneuzinhos à mostra, decotes profundos, cor-de laranja com rosa choque, ténis com salto alto, camisolas a fazer de vestidos e calções a mostrar a nádega, então acho que no futuro vou ser uma senhora muuuuuito conservadora...

11 de abril de 2013

É mesmo à portuguesa #2

Confundir/misturar alhos com bugalhos

Para quem não sabe, um bugalho é uma excrescência de forma arredondada que se forma em algumas árvores (carvalhos, sobreiros e azinheiras) na sequência do depósito, num dos seus ramos, de uma larva de vespa. A vespa desenvolve-se e alimenta-se no interior do bugalho, onde passa por todas as fases da sua metamorfose. A rima de alho com bugalho e a possível semelhança entre as duas coisas terá motivado essa expressão, que significa confundir ou trocar coisas semelhantes.


Curiosidades: 
1) em Portugal era frequente as crianças utilizarem bugalhos como berlindes;
2) os bugalhos têm sido utilizados na produção de tinta desde o tempo do Império Romano.

 

8 de abril de 2013

E se eu não tiver experiência profissional?

Não sei se diga que estou desempregada, se diga que estou à procura de emprego, uma vez que nunca trabalhei a sério... quer dizer, estive 1 ano com uma bolsa de investigação, se quiserem considerar isso um trabalho... também trabalhei nas férias há uns bons anos atrás, mas onde isso já vai...

Enfim, ando à procura de trabalho e tem sido complicado. Na minha área de estudos (química), não se encontram muitos anúncios por aí... a não ser para dar explicações, ahhh, isso é às resmas! O problema é que eu não me dou muito bem como professora, acho que não tenho muita paciência... talvez isso venha com a idade...

Como eu estava a dizer, agora que procuro trabalho, os anúncios não abundam, e os que ainda vou apanhando na internet ou nos jornais, dão a ideia que procuram pessoas com dois doutoramentos, um mínimo de 3 anos de experiência numa área específica, que saibam falar 4 línguas, que façam exercício físico regular, que tenham um talento escondido, tipo cantar ou representar, que queiram passar a vida a viajar, que gostem de trabalhar até às quinhentas e, vejam bem, que mesmo assim tenham uma vida social!!! Ora, quem queremos nós enganar? Com o tempo todo que teríamos de investir para termos um currículo destes, ter uma vida social... só se fosse pelo Facebook!!

Antigamente, os patrões preferiam pessoas que não tivessem tido experiência noutros locais... Eram trabalhadores mais atentos, mais dedicados, não traziam hábitos/manias de outros empregos e eram mais fáceis de moldar... Agora não, querem pessoas que já saibam fazer o trabalho, para que eles não precisem de se dar ao trabalho de explicar...

Não tenho experiência profissional porque não arranjo trabalho e não arranjo trabalho porque não tenho experiência profissional.

Acho que vou para dona de casa...

4 de abril de 2013

É mesmo à portuguesa! #1

Esta rúbrica tem como objectivo explicar o porquê de certas expressões e hábitos portugueses (e quem sabe, estrangeiros, se um dia o blog se internacionalizar!) e destina-se à população em geral, focando-se em especial numa certa pessoa que tem muitas dúvidas... ou seja, eu...

Cá vai a primeira...

Pensar na morte da bezerra
Tem origem nas tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados a Deus como forma de redenção dos pecados. Conta-se que, certa vez, um rei resolveu sacrificar uma bezerra e que o seu filho menor, que tinha um grande carinho pelo animal, se opôs ao sacrifício. Independentemente disso, a bezerra foi oferecida aos céus e afirma-se que o rapaz passou o resto da sua vida a pensar na morte da bezerra. Assim, "pensar na morte da bezerra” significa estar distante, pensativo, alheio a tudo.

 
Até se aprende por aqui, hã?

2 de abril de 2013

Porque é que o mundo é tão negativo?

Conversa de elevador (ou escada, para prédios mais antigos... ou de portão, para vivendas... enfim, vocês perceberam a ideia):

- Então vizinho, como está?
- Vai-se andando...
- Tem de ser, não é?
- Pois...
- Então e a família?
- Cá vai indo, uns melhor outros pior...
- Está difícil para todos...
- Pois... olhe, é a crise!
- E o desemprego não ajuda...
- Pois é, a afilhada do tio da minha mulher ficou agora no desemprego, com 2 filhos para criar...
- Pois... É preciso é ter saúde, porque os medicamentos estão sempre a aumentar!
- Ah, não me diga nada... Tenho andado tão aflito das minhas costas...
- E eu dos meus joelhos... acho até que amanhã vai chover...
- Acha? Temos tido tanta chuva... já não há Primavera, agora é do Inverno chuvoso para o Verão quente demais...
- E depois lá se vai a agricultura e temos de importar tudo... Faz ideia a quanto vai ficar a batata agora?
- Isto a culpa é do Governo... e da Troika... se ao menos dessem uma ajudinha...
- Hum...
- E agora até dava muito jeito, porque a minha filha está grávida...
- Então a sua filha vai ter um bebé e você não dizia nada??


Tirem as vossas conclusões... Não estou a dizer que os problemas não existam... mas temos de estar sempre a falar neles?...