27 de janeiro de 2014

Olhó piropo! (ou coisa do género...)

Ora, estava eu no meu caminho para o ginásio a pensar cá com os meus botões que devia parecer um chouriço por causa da quantidade de roupa que tinha vestida e que o efeito do ginásio não deve ser muito evidente quando te "enrolas" em roupa de inverno, quando passou por mim um carro com dois (passo a expressão) "labregos" com ar de quem nunca esteve a menos de 5 metros de um espécime do género feminino, que me gritaram «Queres boleia?». (desculpem lá a frase à Saramago...)

Nesse instante, apercebi-me de uma série de factos que me deixaram perturbada; aqui vão eles:

1) Ainda há quem use esse cliché? Será que ainda funciona?
2) Devo sentir-me lisonjeada por terem reparado em mim ou indignada por terem a lata de o fazer?
3) Tendo em conta o facto de estarem dois indivíduos no carro, só pode tratar-se de uma atitude de competição com vista a obter aquele certificado de "macho alfa" que tantos homens anseiam.
4) Das duas uma, ou sou muito feia ou fiz uma cara muito má porque eles seguiram caminho a toda a velocidade...
5) Será que era alguém que eu conhecia?... uhmm, espero que não...
6) Vais parar ao meu blog, ah vais...

Portanto, senhores "labregos" do carrinho a grande velocidade, não quero a vossa boleia, obrigado por perguntarem, para a próxima fiquem para ouvir a resposta... não sei é se vos vai agradar...

26 de janeiro de 2014

Anotação rápida #1

Sabem aquele momento em que passamos por um acidente e, mesmo sabendo que pode ser grave, não conseguimos desviar o olhar?
Ou o instante em que vemos um título macabro numa notícia e não descansamos enquanto não a lermos?

Pois... Alguém me consegue explicar essa curiosidade mórbida pela desgraça alheia de que todos nós padecemos? Gostava de perceber...

22 de janeiro de 2014

Em média, existem 178 sementes de sésamo em cada pão de Big Mac...

Pois é, hoje vou falar num assunto muito interessante e muito polémico ao mesmo tempo, uma vez que pode ser muito útil mas também pode ser bastante manipulado... isso mesmo, estou a falar das estatísticas! 

Estava eu a ouvir uma notícia há uns dias atrás sobre segurança rodoviária quando me apercebi que nenhum dos valores estatísticos mencionados faziam qualquer sentido. Não que estivessem necessariamente errados, mas a informação que estava a ser transmitida não era suficiente para tirar qualquer conclusão sobre o assunto.
Foi nessa altura que me senti um pouquinho mais inteligente e, ao mesmo tempo, a levar figurativamente com areia nos olhos... tanto tempo a estudar Probabilidades e Estatística na faculdade estavam finalmente a servir para eu perceber o poder das estatísticas na minha vida...

Quantos de nós já partilharam com alguém a leitura daqueles artigos com estatísticas curiosas sem, no entanto, verificar se estas têm algum fundamento?

Não se deixem enganar! Vamos lá deixar de ser um povo ingénuo que se contenta em saber meia dúzia de factos engraçados e começar a analisar as estatísticas que nos entram pelos ouvidos adentro só para nos calar ou fazer mudar de opinião...

15 de janeiro de 2014

Interlúdio existencial #1

Ando sem dúvidas... Não, não é por ter muitas certezas, é simplesmente porque não me tenho perguntado nada... Ou não me têm perguntado nada...
Preciso que me perguntem alguma coisa, preciso de conversas desafiantes, de devaneios filosóficos, de questões nunca antes elaboradas...
Preciso de pensar e, sobretudo, de pessoas que pensem comigo, que se entreguem à batalha dos diálogos provocantes, que firam as minhas teses e teorias mais vincadas com palavras acutilantes...
Preciso de pessoas, não de gente; preciso de perguntas, não de respostas...
Não me quero conformar, não me vou conformar!
...

Ando sem dúvidas e, no entanto, as poucas que tenho já pesam tanto...

9 de janeiro de 2014

É mesmo à portuguesa #4

                                       Não entendi patavina
Esta expressão tem duas possíveis origens. A primeira, diz que, há muitos anos atrás, os portugueses não conseguiam entender o que diziam os frades italianos provenientes da cidade de Pádua, os patavinos, dizendo então que “não entendiam patavina”. A outra história fala em Tito Lívio, que era um historiador romano nascido em 64 A.C.; este tinha o hábito de registar as suas obras usando palavras do dialeto da cidade onde nascera, Pádua (que na altura se chamava Patavium), e não o latim, que era mais comum na altura; por esse motivo, muitos italianos não conseguiam entender o que o historiador escrevia. Hoje em dia, esta expressão é usada para descrever alguém que tem dificuldade em entender alguma coisa.

2 de janeiro de 2014

Carta ao Pai Natal... ou então não...


Pois, eu sei que o Natal já passou... E não, não vou usar o cliché de dizer  que “o natal é quando o Homem quiser”... Na verdade, a reflexão que segue deriva de uma conversa que tive na passagem de ano e que me deu vontade de vir aqui e escrever um pouco...

Voltando ao título... Não me recordo sinceramente de alguma vez ter acreditado no Pai Natal. Na minha casa, tínhamos uma versão mais católica e por isso consideravam-se as prendas como uma oferta do “Menino Jesus” e não oferecidas por um homem barbudo vestido de vermelho...
É possível que a certo ponto até tenha acreditado neste mito natalício – nota mental: perguntar aos meus pais! – e que agora não me lembre, mas acho pouco provável... É que desde pequena sempre tive uma mente muito científica, procurando o porquê de tudo o que acontecia à minha volta. Ora, para já não cabia na cabeça de ninguém que uma pessoa que não me conhecia, que nem conhecia os meus gostos, me desse um presente que eu tanto desejava e que o fizesse com todos os meninos e meninas que eu conhecia... Em segundo lugar, como é que o Pai Natal conseguia distribuir tanto presente em tão pouco tempo? É que já nem digo em 1 noite, porque eu via os meus presentes debaixo da árvore uma semana ou mais antes do Natal, mas vá, em 1 mês...? Então e os Pais Natais todos que eu via nos centros comerciais? E nem vamos falar da história da chaminé, porque a não ser que ele conseguisse descer por um exaustor, não o estava a ver a conseguir entrar em minha casa...
Enfim, quando finalmente percebi o simbolismo da troca de prendas (derivada da história de S. Nicolau) tudo começou a fazer mais sentido. Porém, acho que nessa altura decidi fazer um favor a muitos colegas e amigos e não revelar a mais dura das verdades que existe para uma criança cheia de sonhos ...

Fico a pensar, se algum dia tiver filhos, como vou conseguir fazer com que eles acreditem numa coisa que eu nunca(?) acreditei... Ou se vou querer que eles acreditem nisso... Se calhar, faço como o Kevin do “Sozinho em casa” e digo-lhes que Pai Natal só há um, mas que os outros (homens barbudos e pais babados) trabalham para ele...

E vocês, quando deixaram de acreditar no Pai Natal?